domingo, 28 de outubro de 2007

Saudade

Quanto mais anos se acumulam, quanto mais palavras eu falo, quanto mais pessoas eu vejo, e passos que dou, abraços, beijos, marcas deixadas pelas medidas da vida. Metros de palavras felizes que dissemos juntos, palavras que não dariam um centímetro de investimento em uma empresa, mas sim, que nenhum "super medidor-sentimental" conseguiria alcançar o tamanho, porque o amor não tem tamanho, é sem medida, sem forma, sem cor. Quando estávamos perto uns dos outros, à centímetros de distância, nunca imaginávamos o tamanho infinito dessa coisa chamada saudade.
Quando tudo caminha corretamente, algo está errado. Eu preciso muito controlar os litros de lágrimas para que fiquem em seus lugares, sem que saiam. Eu preciso nunca ouvir nossas músicas. Eu preciso lembrar para esquecer e isso é tudo. Eu preciso não ver as fotografias. Eu preciso dessas medidas inadequadas de uma amizade todos os dias. Só assim é possível redirecionar o caminho, e voltar a deixar os passos.
E colocamos a culpa no tempo, e colocamos a culpa na carreira, e colocamos a culpa no sistema. Vilões destruidores de nossas amizades e amores. E quando estamos à beira do mar, ou observando a paisagem do sítio dos avós, todos esses seres responsáveis por ativar a função "saudade" aparecem, sim, na calada da noite, naquela música nova. Não adianta mais fugir, mesmo que eu queira é quase impossível. Eu posso não falar mais, porém pensamento ninguém pode controlar.

Eu AMO vocÊs! A saudade é demais. Vocês sabem quem são vocês, não é PESSOAS?

Beli

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